Uns mais iguais que os outros

Eric Arthur Blair (Motihari, Índia Britânica, 25 de junho de 1903 — Camden, Londres, Reino Unido, 21 de janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudônimo George Orwell, criou uma das maiores sátiras da literatura universal com A Revolução dos Bichos (Animal Farm). Os seus personagens representam parte significativa da geopolítica da época da publicação (1945). Os fazendeiros Jones (Czar), Pilkington (Inglaterra) e Frederick (Alemanha) vêem o mundo virar de ponta cabeça quando os animais da fazenda de Jones o expulsam a passam a se autogovernar, baseados em um sonho do porco Major (Lênin), que não vive o suficiente para governar, deixando a liderança entre os porcos Napoleão (Stálin) e Bola de Neve (Trotsky). A obra é um verdadeiro tratado de política, não apenas sobre o surgimento de regimes totalitários, mostrando as dinâmicas do poder e a corrupção inerente à sua prática.
https://youtu.be/HuiuOZWubG8

Mar de Lágrimas

<span;>Olhos D’Água, coletânea de contos de Conceição Evaristo (Belo Horizonte, 29 de novembro de 1946), reúne narrativas que tratam de temas espinhosos como crime, aborto, fome e violência, em geral vividos por personagens femininas, numa linguagem ao mesmo tempo crua e poética. O título de seu conto mais longo, o polifônico “A gente combinamos de não morrer”, deveria ser um mantra para o momento que vivemos.
<span;>https://youtu.be/sho6kjFwe24</span;></span;&gt;

A face feminina da guerra

A Guerra Não tem Rosto de Mulher, publicado em 1985, foi o primeiro romance-documentário de Svetlana Aleksandrovna Aleksiévitch, também grafado como Svetlana Alexandrovna Alexievitch (em bielorrusso: Святлана Аляксандраўна Алексіевіч; Stanislav, RSS Ucrânia, 31 de maio de 1948) escritora e jornalista bielorrussa que foi laureada com o Nobel de Literatura em 2015. Nesse livro pungente, ela reúne diversos relatos de ex-combatentes, na maioria mulheres, da Grande Guerra Patriótica, como era conhecida a Segunda Guerra Mundial na União Soviética, numa busca por delinear o rosto feminino da guerra.

O silêncio dos bons

“Há algo de podre no Reino da Dinamarca”, “Ser ou não ser, eis a questão”, “Eu poderia viver numa casca de noz e considerar-me rei do espaço infinito”, “Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha vossa filosofia”. Essas são apenas algumas das frases que entraram para o imaginário universal, saídas da peça em cinco atos Hamlet, o Príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare (Stratford-upon-Avon, 1564 (batizado a 26 de abril) — Stratford-upon-Avon, 23 de abril de 1616).

Romance do Inconsciente

Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust (Auteuil, 10 de julho de 1871 — Paris, 18 de novembro de 1922), dedicou metade de sua vida a recriar artisticamente a metade anterior. O resultado foi a série Em Busca do Tempo Perdido, considerada uma das mais importantes obras da literatura universal. Esse primeiro programa é dedicado a No Caminho de Swann, especialmente à parte “Um Amor de Swann”, por si só uma obra prima de análise psicológica aliada ao apuro da linguagem.

A Caminho do Desastre

Qual a relação entre o romantismo e o espírito bélico que levou à Primeira Guerra Mundial? Hermann Broch (1º de novembro de 1886, Viena, Áustria – 30 de maio de 1951, New Haven, Connecticut), um dos principais nomes do modernismo alemão, tenta responder no primeiro volume da trilogia Os Sonâmbulos: Pasenow ou o Romantismo. Essa obra se insere entre os grandes romances de ideias que tentaram compreender o Zeitgeist pré-guerra, como A Montanha Mágica, de Thomas Mann, e O Homem sem Qualidades, de Robert Musil.

Sobre plantações e colheitas

Érico Lopes Verissimo (Cruz Alta, 17 de dezembro de 1905 — Porto Alegre, 28 de novembro de 1975) foi um dos escritores brasileiros mais populares do século XX. Olhai os Lírios do Campo, um grande long seller desde sua publicação em 1938, já ultrapassou um milhão de exemplares vendidos. O romance, dividido em duas partes, traça um panorama da vida do médico Eugênio e suas escolhas entre o luxo e a riqueza ou uma vida de serviço aos mais necessitados, influenciado por Olívia, exemplo de mulher livre e, ao mesmo tempo, abnegada. O romance toca em temas atuais como o aborto, o desamparo dos pobres e a ascensão do fascismo.

Dor e triunfo

Charles John Huffam Dickens (07 de fevereiro de 1812 – 09 de junho de 1870) é o mais popular escritor da Era Vitoriana. David Copperfield, publicado em forma seriada entre 1849 e 1850, é o romance preferido de muitos de seus fãs. O próprio Dickens o apontou como seu preferido em prefácio da edição de 1869, talvez por ter usado parte de seus diários pessoais como inspiração para a obra, narrada em primeira pessoa.